Praxe é integração e não humilhação

A palavra praxe surge pela primeira vez em 1863 e começa por ser uma prática na Universidade de Coimbra. Tendo como principal objectivo combater as desigualdades sociais. É uma tradição académica que se generalizou em todas as faculdades do país.
A praxe visa a recepção e a integração de novos alunos que ingressam no ensino superior, gerida por códigos de condutas das próprias universidades. Recentemente existiu a necessidade de serem alteradas por existiram práticas pouco adequadas associadas a estas tradições académicas. No artigo publicado no Publico em 29/08/2012 pelo o jornalista Samuel Silva <<Nove universidades terão praxe guiada por princípios comuns. Separar a tradição das barbaridades. Universidades vão subscrever uma carta para estabelecer regras de boas condutas>>. O artigo explica claramente a necessidade de se distinguir o que é praxe e o que não é.

Apesar dos diferentes contornos que assumiu em cada Academia, as várias praxes preservam, ainda hoje, uma ideia principal: A integração dos caloiros na vida Académica.
Hoje em dia tenho consciência que a opinião pública tem uma visão crítica da praxe, relativamente aos anos anteriores. Situação esta resultante da mediatização jornalística que tornou mais visíveis os casos de violência contra os alunos que chegaram ao ensino superior, em todos os meios de comunicação social.

De notar, que o assunto “praxe” é notícia porque está associada a praticas de violência nos alunos que iniciam o seu percurso académico. De acordo com a teoria de Campo Jornalístico de Pierre Bourdieu apresentada no livro “Sobre a Televisão”, o sociólogo lembra o mimetismo e o seguidismo que actualmente caracterizam os meios de comunicação social, inevitavelmente o Campo dos Media apresenta uma homogeneização genérica. As mesmas notícias, muitas vezes são abordadas em diferentes órgãos de comunicação numa espécie de contaminação de ideias. Os nossos apresentadores televisivos, jornalistas (entre outros) presentes no Campo dos Media são pequenos líderes de opinião que nos dizem “o que devemos pensar” acerca daquilo que chamam de “problemas sociais”, neste caso a violência no ensino superior.

Noticias como <<Praxe na FMUL: angaria dadores de medula óssea>> e <<Praxe solidária põe caloiros a pintar paredes no Bairro da Ajuda>>,, publicadas no Correio da Manha e no Canal Superior Informação não adquiriu o mesmo mediatismo por parte dos órgãos de comunicação social.

Eu vivi esta experiência como aluna universitária e vou continuar a manter estas tradições no decorrer do meu percurso académico. Na minha opinião estas tradições não devem terminar desde que não haja excessos e que sejam respeitados os códigos de praxe.

Por exemplo na reportagem exibida em 25/9/2012 no Porto Canal e realizada na universidade UTAD com a participação de alunos 5 alunos, em que 3 deles estão a ingressar no ensino superior e os outros dois que representam a continuidade destas tradições académicas realçam os valores de integração durante as praxes e como lhes facilita adaptação ao ensino superior.