Um ano de experiências, muito enriquecedor!

Um ano de experiências, muito enriquecedor!

O primeiro ano de faculdade chegou ao fim, não poderia deixar de partilhar convosco esta fantástica experiência que vivi.
Quando cheguei ao ensino superior através do programa maiores de 23 anos não sabia bem o que me esperava mas hoje sei que foi das decisões mais correctas que tomei ao longo da minha vida ou até mesmo a mais correcta, reconheço.
Apesar das dificuldades encaradas no inicio do semestre o balanço final é bastante positivo. A primeira semana cheia de tradições académicas como a praxe por exemplo, facilitou a integração no instituto de ensino superior escolhido (Isvouga), onde a partir desse momento se desenvolveu um percurso duro mas gratificante.
Muitas horas de sono perdidas, muitas festas e convívios com os amigos ficaram para trás na hora que prestar provas nas frequências finais.
Os professores que nos acompanharam neste percurso tiveram um papel fundamental para o nosso sucesso.Podemos até mesmo dizer que sem eles não seriamos capazes de descobrir as nossas próprias capacidades já muito esquecidas desde de que abandonámos o nosso percurso escolar.
Na minha turma grande parte dos alunos entrou pelo programa maiores de 23 anos mas não foi por isso que tivemos facilidades por parte dos docentes, até pelo contrário.
A ideia que estes alunos têm mais facilidades no ensino superior por parte dos docentes é completamente errada, pois estes fizeram questão de manter o grau de exigência e de motivar os alunos para ultrapassar desafios diários.
Em meu nome e em nome de uma turma inteira, agradecemos-lhes todo o excelente trabalho desenvolvido por eles em conjunto connosco.
Apesar de sermos uma turma com idades, personalidades e estilo de vida diferentes sempre nos apoiamos mutuamente. O nosso sucesso não foi individual mas sim uma conquista partilhada por todos.
A principal mensagem que vos quero transmitir é que adquirir competências pessoais e até mesmo profissionais é sempre uma mais-valia em qualquer idade e nunca pode ser considerado uma perda de tempo.
Ficaste curioso? Vem partilhar connosco esta experiência de vida já no próximo ano lectivo.

Susana Oliveira

Voltar a estudar

Para voltar a apanhar o hábito e ritmo de estudar é preciso ter uma dose de empenho e motivação muito grande. Os anos não perdoam e embora exista o gosto pela leitura, voltar a ter de memorizar e escrever torna-se uma tarefa penosa em que os bloqueios são constantes e levam-nos a questionar sobre o que é que estamos a fazer. A preparação para as provas de acesso de “Maiores de 23” são diferentes das dos restantes alunos, mais novos, do concurso normal. Fazem parte das provas de acesso, uma prova escrita sobre matéria do curso, uma entrevista e o currículo profissional do candidato. Embora seja necessário ter nota positiva na prova escrita, é importante a entrevista feita por um painel de docentes, onde o candidato é questionado sobre as motivações, percurso profissional, habilitações académicas e alguns aspetos da vida privada. Este processo permite que os candidatos mais velhos, possam colmatar o efeito de muitos anos sem estudar e alguma falta de habilitações, com a sua experiência e percurso profissional. Muitos candidatos do regime geral contestam este método de acesso, afirmando que não é justo, porque as provas são diferentes e que as deles são muito mais exigentes. Com contestação ou não, acho que todos devem poder segundo as suas motivações, ter acesso a mais ensino, mais conhecimentos e trabalhar por obter uma licenciatura com o apoio da sua experiência profissional e pessoal. Neste regime, são contempladas vagas especificas para o acesso e cada instituição tem as suas regras de avaliação e critérios de entrada. Será a avaliação igual no privado e no público? Será mais fácil entrar no privado? Serão estes alunos mais velhos de dar conta do recado chegando ao fim dos seus estudos? Acho que sim, são conhecidos imensos casos de sucesso, porque têm uma dedicação e empenho diferentes, transformando-se em casos de motivação para os que pensam em voltar a estudar e concorrer ao ensino superior.